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MOVIMENTOS QUE CURAM



Durante os meus mais de 15 anos dedicados ao ensino da dança do ventre, sabe uma curiosidade que acontece com quem começa a praticar, e que eu posso compartilhar? A gente começa a perceber algumas reações no corpo, até então desconhecidas e, achá-las estranhas. Algumas pessoas se assustam com a novidade de informações, sonhos, memórias, emoções e reações que começam a surgir. Com o tempo, quando vão ficando mais conscientes desses insights, as praticantes passam a fazer melhor uso desse encontro consigo mesma, e o que acontece é que, para quem está de “fora” é realmente difícil de explicar o porquê faz tão bem para a mulher praticar essas danças ancestrais, se é “só” um “requebrar” de quadris.

A maioria mesmo não tem ideia do que a energia do nosso ventre é responsável nas nossas vidas. Essas danças ancestrais, de culturas e períodos matriarcais, por mais que distorcidas e reconstruídas pelo contato com o humano ocidental, não eram praticadas somente para um aspecto da sexualidade, como é visto nas sociedades ocidentais e patriarcais atuais. Esses movimentos relacionados com a geometria sagrada vêm sendo provados pela História da arte, Antropologia, Arqueologia e, recentemente pela Física Quântica, que se trata de outra forma de conhecimento que busca a conexão e o equilíbrio com o Todo.




As civilizações antigas como a egípcia, a grega, a mesopotâmica, assim como, a maia e a até a dos nossos povos indígenas que habitavam o Brasil no período pré cabralino relacionavam com a natureza, com o Divino, de maneiras surpreendemente semelhantes. Através de desenhos, pinturas, hieróglifos, e nos diversos registros rupestres encontrados em sítios arqueológicos, assim como os monumentos das pirâmides, podemos observar que, esses povos estavam apontando para um padrão energético presente em todo o universo. Está no simples desabrochar de uma flor ao nascer de uma estrela. Observe os astros, o movimento de contração e expansão do átomo, e reconheça a capacidade de gerar vida, energia, pelo ativar do movimento. O macro está contido no micro e, vice-versa.

E então, o que será que esses povos ancestrais buscavam ao mover seus corpos de maneiras tão semelhantes ao que observavam da natureza, em conexão com os ciclos da Lua, da Terra, com o fluir das águas? Ao (re) criar com o nosso corpo os movimentos de círculos ou semicírculos, de espirais, de oitos, assim como os do infinito, estaremos ativando e alinhando em semelhança com o mesmo campo eletro magnético presente no universo.

Esses desenhos, movimentos, são capazes de gerar tal energia, que percorre o corpo do nível físico até o sutil, ativando verdadeiros portais de canalização de energia, possibilitando harmonizar e reverberar o potencial corporal que há em cada um. Godoy explica que a “geometria sagrada é uma forma de ligar-nos à natureza em uma forma de alinhamento com o Universo e com Deus. Esse alinhamento se torna tão poderoso que a natureza age de uma forma compensatória em favor da preservação e nos dando harmonia em troca”.






Não é incrível perceber porque na mudança político social que os povos enfrentaram no decorrer dos anos, as mulheres conscientes do poder de cura e elevação energética, ou seja, do potencial que há em seu corpo, do seu ventre, foram chamadas de prostitutas, bruxas, perseguidas, queimadas na fogueira, silenciadas e ridicularizadas?! Mas, nossos corpos guardam memórias e o inconsciente coletivo está emergindo e ressignificando histórias. É por isso que é comum às mulheres, ao começarem a dançar, surgir tantos sonhos e “estranhos” conteúdos virem à superfície. Qualquer desequilíbrio será trazido à consciência e buscará a harmonia com o próprio fluir. Dessa forma, mesmo sem muita compreensão, mulheres ao redor do mundo estão sentindo a necessidade de mover seus corpos, compreender sobre seu ventre, e dessa vez, esperamos não serem mais silenciadas! Nossa cura, seja ela física, emocional ou espiritual, começa pelo nosso despertar em observarmos e reconhecer nosso corpo, assim como o movimento, como verdadeiros degraus nesse evoluir!





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